Pilates e a melhor idade


Foi-se o tempo em que restavam aos avós atividades pacatas como tricotar, jogar gamão e afins. Hoje, eles estão cada vez mais ativos, levando vantagem sobre muitos garotões por aí. Não é à toa que a melhor idade venha aderindo em massa ao pilates, programa de condicionamento físico que proporciona múltiplos benefícios. O praticante pode, simultaneamente, trabalhar a flexibilidade, incrementar a consciência corporal e ganhar massa muscular. A atividade é de baixo impacto e personalizada, já que as turmas costumam ter, no máximo, três alunos. “Com a idade, as pessoas tendem a perder o equilíbrio, elas ficam com medo de cair e acabam restringindo seus movimentos. Os exercícios são pensados de forma a ajudar a superar os desafios de cada um. Aos poucos, recupera-se a confiança”. Outra vantagem, é que os treinos simulam atividades do dia a dia. “Os movimentos têm enfoque funcional: o aluno aprende a se sentar de maneira correta, a agachar, enfim, a realizar as funções normais, conquistando um corpo que execute bem essas funções.” João Bosco, 69 anos, concilia treinos regulares de pilates com os gramados de futebol. Orgulhoso de suas atividades, o aposentado relata que a prática lhe rendeu força física e uma melhor postura. “Estou com porte de militar. Além disso, senti melhoras no meu equilíbrio e hoje eu atravesso a rua com mais segurança”, comemora. Ele buscou o método para combater as dores no joelho que vinha sentindo. “Fortaleci a musculatura da coxa — isso me ajudou no futebol e me deixou mais ativo para brincar com os meus netos,” detalha. O educador físico LuísFernandoJardim (Natural Pilates Brasília parceira da metacorpus), que trabalhou com musculação durante 13 anos, dedica-se ao ensino de pilates há dois. “É um trabalho feito de forma global, enquanto na musculação os exercícios são segmentados. A riqueza dessa técnica está em conceber o corpo como um todo e observar a individualidade de cada aluno”, resume.

A aposentada Marília de Almeida, 64 anos, pratica pilates há cinco meses e está supersatisfeita com os resultados. “Sinto- me mais ágil, leve e alegre. Posso até chegar aqui cansada, mas, depois dos exercícios, saio relaxada e disposta.” Ela se exercita três vezes por semana. “Já faz parte da minha rotina, quando não venho, fico mal.” Augusto Pires, 65 anos, começou a praticar pilates por causa de dores lombares decorrentes de um problema degenerativo. “Passei a conviver melhor com esse incômodo. Os exercícios fortalecem a musculatura, o que ajuda a sustentar a coluna, e o alongamento traz um alívio”. Seu professor, Rodrigo Nascimento, explica que os treinos são personalíssimos. “Quando ele chega com dor na coluna, por exemplo, eu procuro liberar a tensão com um alongamento. E aí, conforme ele vai respondendo, eu indico os exercícios mais apropriados.” Para Rodrigo, essa atenção aos detalhes faz do pilates a técnica ideal para quem quer se exercitar sem o risco de lesões e sem agravar problemas já existentes. No entanto, ela afirma que é importante aliar a prática a exercícios aeróbicos. “Aqui, os alunos organizam melhor o corpo, fortalecem os músculos e corrigem a postura, mas também indico que eles trabalhem o sistema cardiorrespiratório com caminhadas ou corridas, por exemplo.”

João Bosco comemora o preparo físico adquirido com o pilates: “Estou com porte de militar” Marília de Almeida até “viciou” no treino: “Quando não venho, fico mal” Augusto Pires encontrou na prática um alívio para as dores lombares crônicas que o exasperavam.

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