A grande arte neste processo está na prescrição do exercício para este grupo de indivíduos. Primeiro, o trabalho com esta população deve ser feito por uma equipe multidisciplinar (médicos, educadores físicos, fisioterapeutas, nutricionistas e etc.). Segundo, um bom exame clínico deve ser realizado para sabermos exatamente qual a condição que o nosso aluno (a) apresenta antes de iniciarmos a prática do exercício. Terceiro, determinar qual a fase de reabilitação o aluno está e o que influenciará na intensidade dos exercícios.
Intensidade pode ser determinada por pelo menos duas metodologias. A primeira e mais recomendável, é a realização de um teste ergoespirométrico onde é possível avaliar, de modo preciso, qual a freqüência cardíaca máxima e mínima para o treinamento. A desvantagem deste método é o custo deste procedimento. O segundo método é por meio da fórmula de frequência cardíaca de reserva de Karvonen:
FC treinamento = [(FCmáxima – FCrepouso) x % de intensidade] + FCrepouso
Para a FC máxima ( 220 – idade do aluno)
Trabalha-se inicialmente entre 30% e 50% da frequência cardíaca de reserva para a execução dos exercícios. Entretanto, devem-se levar em consideração, possíveis queixas de angina, alterações súbitas de freqüência cardíaca e alterações de pressão. Um aparelho de monitoramento da frequência cardíaca é muito útil durante a prática da atividade física para um melhor monitoramento da intensidade.
Seguindo as recomendações internacionais, o exercício resistido é indicado para qualquer indivíduo em qualquer faixa etária por seus benefícios à saúde e bem-estar. Em indivíduos cardiopatas a recomendação da American Heart Association e do American College of Sports Medicine, é a seguinte:
Número de séries: Uma série de cada exercício.
Número de repetições: De 10 a 15 repetições.
Número de exercícios: De 8 a 10 exercícios (de força a aula pode ser complementada com alongamentos e mobilizações).
Evitar isometria prolongada.
Frequência semanal: De duas a três vezes por semana.
Intensidade do esforço: De baixa para moderada intensidade – 40% de 1RM.
Hoje já podemos afirmar que um programa de condicionamento físico promove os seguintes efeitos benéficos:
– Melhora da capacidade cardiorrespiratória;
– Aumento na quantidade de vasos sanguíneos nos músculos ativos;
– Diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial em repouso;
– Diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial em exercício de baixa intensidade;
– Aumento nos níveis do bom colesterol (HDL) e diminuição de triglicerídeos (ambos em pequenas quantidades)
– Diminuição da gordura intra-abdominal (a mais nociva para o coração);
– Melhora dos índices de glicose no sangue (glicemia).
Vejam alguns benefícios da prática do exercício físico em patologias específicas:
Isquemia miocárdica: melhora da angina em repouso; melhora da capacidade funcional; aumento da capacidade do coração bombear sangue; melhora da perfusão do miocárdio.
Insuficiência cardíaca: ajuda a reverter disfunções nos vasos sanguíneos; aumento do consumo de oxigênio; melhora a produção de energia no músculo; melhora a função respiratória; melhora a musculatura respiratória.
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